Projeto desenvolvido pela OSCIP ANDRENNERJ foi analisado em audiência pública, nessa semana, em Campos dos Goytacazes
Thaiany Pieroni
A expectativa da região é grande acerca do projeto do Complexo Portuário Itaporto Offshore e Alfandegário de Carapebus, desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Regional do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro – ADRENNERJ. O assunto foi debatido, nessa semana, em audiência pública realizada na Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, com o intuito de aprovar um projeto de lei, que conceitua o projeto do complexo como utilidade pública. Segundo os idealizadores, todos os municípios envolvidos terão que passar por esse processo de aprovação, pois é uma forma de garantir a segurança jurídica para os investidores.
Durante sua fala, o presidente da ADRENNER, Alberto Coutinho, explicou um pouco mais sobre a ideia. "O projeto do Complexo Portuário Itaporto Offshore e Alfandegário Carapebus será o segundo porto hub do nosso país. Um porto concentrador e distribuidor de cargas. O Governo Federal já liberou a BR do mar, que é a verdadeira inauguração em nosso país da navegação de cabotagem, de porto a porto. Essa navegação, uma vez inaugurada, vai precisar de um porto hub que atenda a demanda brasileira. Estamos trabalhando forte para construir o complexo. Já temos investidores", afirmou o presidente.
Ao todo, seis municípios irão compor o projeto com retro áreas, sendo: Macaé, Rio das Ostras, Carapebus, Conceição de Macabu, Quissamã e Campos dos Goytacazes. "Em Conceição de Macabu, tal investimento irá tirar a cidade do isolamento econômico e logístico. Iremos construir uma estrada, ligando a Zona da Mata Mineira ao município, e vamos construir lá, a Retro Área Avançada de Ciência e Tecnologia, voltada para o agronegócio. Quissamã também vai receber uma retro área, voltada para o agronegócio e para o consumo interno no Brasil. Já em Rio das Ostras, será voltada para o armazenamento de contêineres. Macaé, por sua vocação natural, terá sua retro área voltada para a questão do petróleo e gás, Campos também voltado para a questão agrícola, e Carapebus, será a sede da infraestrutura portuária", anunciou Anderson Gomes, que é projetista do complexo.
Anderson explicou ainda que as retro áreas nos seis municípios serão interligadas por uma ferrovia, que já existe, e uma rodovia que o próprio empreendimento pretende fazer. Os municípios também já são interligados pela BR 101, facilitando o acesso logístico.
"Nós escolhemos essa filosofia descentralizada para ganhar algumas vantagens na questão de logística e eficiência. Na questão do acesso, temos acesso pela ferrovia, que já existe, só precisa ser ajustada. Todos os municípios já são interligados pela BR101 e o projeto também conta com a criação de uma nova estrada. Com relação ao calado, escolhemos o lugar da costa brasileira, onde conseguimos alcançar 40 metros natural de calado. Os navios, normalmente, precisam de 25 e nós já teremos 40. Além disso, buscamos o porto no interior porque temos áreas abundantes e não temos a preocupação da ocupação urbana aglomerar", explicou o projetista.
Sobre os possíveis impactos nos municípios, Anderson Gomes explicou que a empresa ofertará aos municípios, de forma quase que gratuita, mão de obra para auxiliar no planejamento urbano e minimizar os efeitos que possam ser causados à malha urbana.
Além disso, a empresa também tem se preocupado em atender, além dos passivos ambientais, que a lei determina. Para isso, os representantes da agência já buscaram os órgãos necessários para tratar o assunto, inclusive, ofertando ao Governo Federal, a possibilidade do Parque de Jurubatiba, que possui sede em Carapebus, passar a ser administrado pela empresa.
Segundo informou, todo o Norte e Noroeste terá benefícios com o desenvolvimento econômico de forma integrada, e o investimento será de iniciativa privada nacional e internacional. O projeto prevê um investimento de 45 bilhões de dólares, ao longo de 10 anos. Nos primeiros cinco anos, será realizada a construção do porto, para que então comece a receber e distribuir cargas. Os outros cincos anos serão para conclusão das obras.
"O que os municípios vão gastar? Nada. Tudo será custado pela iniciativa privada internacional e nacional. Pelo fato do projeto ser 100% privado, resolvemos trabalhar com a questão privada porque entendemos que o dinheiro público tem que ser aplicado dentro do setor público", explicou o projetista.
O Presidente da Câmara Municipal de Conceição de Macabu, Vereador Jorge Luiz Silva Andrade (Dhal), representou Conceição de Macabu na Audiência Pública e declarou que enxerga o projeto com bons olhos. "Vejo esse Projeto como uma grande oportunidade para os trabalhadores macabuenses. Nossa economia sempre girou entorno do setor offshore, onde Macabu, em contra partida, exporta a anos mão de obra qualificada, além de também trazer investimentos para o setor agrícola. Em meio à crise em que o país atravessa, em especial neste período de pandemia, o Complexo Portuário Itaporto, chegará como uma alternativa para a economia de toda Região e tenho certeza de que abrirá portas de empregos para os macabuenses", concluiu o Presidente Dhal.
Sobre o projeto.
O Complexo Portuário Itaporto Offshore e Alfandegário Carapebus é um projeto da OSCIP-ADRENNERJ em parceria com a Prefeitura Municipal de Carapebus, que por sua vez está situada no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro fazendo divisa com o município de Macaé/RJ.
O Itaporto Carapebus é uma estrutura portuária que será construída em parceria com a iniciativa privada brasileira e internacional, e que, durante e após a sua fase de construção, gerará uma parcela significativa de empregos diretos e indiretos, tão sonhados e desejados pelos munícipes que residem nas cidades que formam o norte do Estado do Rio de Janeiro.
A previsão é que o porto tenha capacidade para até 74 navios simultaneamente com 135 quilometros quadrados juntando todas as retroáreas.
Fonte: RJNEWSnoticias