Sergio Moro confirma saĂ­da do MinistĂ©rio da Justiça

O ministro da Justiça e Segurança PĂșblica, Sergio Moro, pediu demissão do cargo, deixando o governo do presidente Jair Bolsonaro após quase 16 meses à frente da pasta. Ao...

Por RJNEWS NOTÍCIAS em 25/04/2020 às 08:24:08
O ministro da Justiça e Segurança PĂșblica, Sergio Moro, pediu demissão do cargo, deixando o governo do presidente Jair Bolsonaro após quase 16 meses à frente da pasta. Ao anunciar sua decisão, Moro lamentou ter que reunir jornalistas e servidores do órgão em meio à pandemia do novo coronavĂ­rus para anunciar sua saĂ­da, mas esta foi "inevitĂĄvel e não por opção minha". Em um pronunciamento de 38 minutos, Moro afirmou que pesou para sua decisão o fato de o governo federal ter decidido exonerar o diretor-geral da PolĂ­cia Federal (PF), MaurĂ­cio Valeixo. O decreto de exoneração foi publicado hoje (24), no DiĂĄrio Oficial da União. É assinado eletronicamente pelo presidente Jair Bolsonaro e por Moro, e informa que o próprio Valeixo pediu para deixar o comando da corporação. O ministro, no entanto, afirmou que não assinou o decreto e que o agora ex-diretor-geral da PF não cogitava deixar o cargo. "Não Ă© absolutamente verdadeiro que Valeixo desejasse sair". Para o ministro, a substituição do diretor-geral, sem um motivo razoĂĄvel, afeta a credibilidade não só da PF. "O grande problema desta troca Ă© que haveria uma violação da garantia que me foi dada quando aceitei o convite para ingressar no governo, a garantia de que eu teria carta branca. Haveria interferĂȘncia na PF, o que gera um abalo na credibilidade. Minha e do governo. E tambĂ©m na PF, gerando uma desorganização que, a despeito de todos os problemas de corrupção dos governos anteriores, não houve no passado", disse Moro. Moro tambĂ©m destacou que disse ao presidente que não tinha problema nenhum em trocar o diretor-geral da PF, mas que isso deveria ser feito com base em um motivo relacionado ao desempenho do ocupante do cargo. "Eu sempre disse ao presidente que não tinha nenhum problema em trocar o diretor-geral, mas precisava de uma causa relacionada a uma insuficiĂȘncia de desempenho, a um erro grave. No entanto, o que eu vi durante todo o perĂ­odo, Ă© que o trabalho Ă© bem feito", avaliou o ministro. Moro ressaltou que ontem conversou com o presidente sobre a possibilidade de mudança no comando da PF e que falou sobre impactos negativos relacionados à decisão. "Falei que isto teria um impacto para todos, que seria negativo, mas para evitar uma crise [polĂ­tica] durante uma pandemia, sinalizei: 'presidente: então vamos substituir o Valeixo por alguĂ©m que represente a continuidade dos trabalhos'", contou o ministro, revelando que chegou a sugerir o nome do atual diretor-executivo da PF, Disney Rosseti, que Ă© servidor de carreira da corporação. O então ministro disse ainda que o presidente tem preferĂȘncias por outros nomes. "me disse, mais de uma vez, expressamente, que queria ter [na direção-geral da PF] uma pessoa do contato pessoal dele, para quem ele pudesse ligar, colher informações, que pudesse colher relatórios de inteligĂȘncia. Este, realmente, não Ă© o papel da PF", disse Moro. No Twitter, o presidente Jair Bolsonaro informou que iria se manifestar ainda na tarde de ontem, 24, sobre as mudanças. "Hoje às 17h, em coletiva, restabelecerei a verdade sobre a demissão a pedido do Sr. Valeixo, bem como do Sr. SĂ©rgio Moro", escreveu o presidente.Fonte: AgĂȘncia Brasil
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