Bolsonaro diz que não houve intervenção polĂ­tica na PolĂ­cia Federal

O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento na tarde desta sexta-feira (24), no PalĂĄcio do Planalto, para rebater as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro,...

Por RJNEWS NOTÍCIAS em 25/04/2020 às 08:25:56
O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento na tarde desta sexta-feira (24), no PalĂĄcio do Planalto, para rebater as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro, que anunciou sua demissão do MinistĂ©rio da Justiça mais cedo. Acompanhado de seus ministros, Bolsonaro falou durante 46 minutos e negou que tenha pedido para o então ministro interferir em investigações da PolĂ­cia Federal (PF). "Não são verdadeiras as insinuações de que desejaria saber sobre as investigações em andamento. Nos quase 16 meses em que esteve à frente do MinistĂ©rio da Justiça, o senhor Sergio Moro sabe que jamais lhe procurei para interferir nas investigações que estavam sendo realizadas, a não ser aquelas, não via interferĂȘncia, mas quase como uma sĂșplica, sobre o AdĂ©lio [Bispo], o porteiro, e meu filho 04 [Jair Renan]", afirmou o presidente, em uma referĂȘncia às investigações sobre a tentativa de assassinato contra ele na campanha eleitoral de 2018 e às investigações da PolĂ­cia Civil do Rio de Janeiro sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, tambĂ©m em 2018. Bolsonaro citou a lei n° 13.047 de 2014 para destacar que tem a prerrogativa de nomear e exonerar o diretor-geral da PF. "Falava-se em interferĂȘncia minha na PolĂ­cia Federal. Ora bolas, se eu posso trocar o ministro, por que eu não posso, de acordo com a lei, trocar o diretor da PolĂ­cia Federal? Eu não tenho que pedir autorização para ninguĂ©m para trocar o diretor ou qualquer um outro que esteja na pirâmide hierĂĄrquica do Poder Executivo. SerĂĄ que Ă© interferir na PF quase que exigir, implorar [a] Sergio Moro que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A PF de Sergio Moro mais se preocupou com Marielle [Franco, vereadora assassinada] do que seu chefe supremo? Cobrei muito dele isso daĂ­, [mas] não interferi", afirmou. O diretor-geral da PF, MaurĂ­cio Valeixo, nome indicado por Sergio Moro, foi exonerado do cargo nesta sexta-feira. O decreto de exoneração de Moro do cargo de ministro foi publicado em edição extra do DiĂĄrio Oficial da União, no final da tarde de hoje. Em um pronunciamento pela manhã para anunciar que deixaria o governo, Sergio Moro afirmou que Bolsonaro queria colocar alguĂ©m de sua própria confiança na direção da PF. "Me disse, mais de uma vez, expressamente, que queria ter [na direção-geral da PF] uma pessoa do contato pessoal dele, para quem ele pudesse ligar, colher informações, que pudesse colher relatórios de inteligĂȘncia. Este, realmente, não Ă© o papel da PF", afirmou Moro. Jair Bolsonaro disse, em seu pronunciamento, que, como presidente, tem o direito de se dirigir diretamente a outros funcionĂĄrios do governo federal, inclusive subordinados de seus ministros. "O dia que eu tiver que me submeter a qualquer funcionĂĄrio meu, eu deixarei de ser presidente da RepĂșblica. Falei para que ele que quero um delegado [...] que eu possa interagir com ele. Por que não? Eu interajo com os órgãos de inteligĂȘncia das Forças Armadas, eu interajo com a Abin [AgĂȘncia Brasileira de inteligĂȘncia], interajo com qualquer um do governo. Sempre procuro o ministro, mas numa necessidade, eu falo diretamente com o primeiro escalão daquele ministro", afirmou. De acordo com Bolsonaro, o delegado MaurĂ­cio Valeixo estaria cansado e a troca no comando da PF foi conversada com Sergio Moro. "Conversando ontem com o Moro, entre muitas coisas, atĂ© que chegou na questão Valeixo, e eu falei que estĂĄ na hora de botar um ponto final nisso. Ele estĂĄ cansado, estĂĄ fazendo como pode o seu trabalho. Pessoalmente, não tenho nada contra ele. Conversei poucas vezes com ele durante um ano e quatro meses, sim, poucas vezes, mas conversei com ele, e a maioria das vezes estava o Sergio Moro do lado. Então, falei que no dia de hoje o DiĂĄrio Oficial publicaria a exoneração do senhor Valeixo. E pelo que tudo indicava, uma exoneração a pedido." Em publicação no Twitter, após o pronunciamento, o agora ex-ministro Sergio Moro voltou a afirmar que o ex-diretor-geral da PF não pediu demissão do cargo. "De fato, o diretor da PF MaurĂ­cio Valeixo estava cansado de ser assediado desde agosto do ano passado pelo Presidente para ser substituĂ­do. Mas, ontem, não houve qualquer pedido de demissão, nem o decreto de exoneração passou por mim ou me foi informado", postou. No final da tarde, o DiĂĄrio Oficial da União tambĂ©m trouxe, em edição extra, uma nova publicação da exoneração de MaurĂ­cio Valeixo da PF, desta vez sem a assinatura eletrônica de Sergio Moro, que constava na primeira versão do decreto.Fonte: AgĂȘncia Brasil
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