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Jovens se unem para mudar realidade socioambiental

Ecoclube vai explorar diversas temáticas que visam ao desenvolvimento pessoal, coletivo e socioambiental

Por RJNEWS em 28/01/2024 às 19:47:25
Saneamento básico precário, descarte incorreto de resíduos, poluição de rios, mau uso da água e queima de lixo estão entre os problemas identificados pelos jovens nas comunidades

Saneamento básico precário, descarte incorreto de resíduos, poluição de rios, mau uso da água e queima de lixo estão entre os problemas identificados pelos jovens nas comunidades

Com o propósito de contribuir com o processo de melhorias socioambientais em Cachoeiras de Macacu, adolescentes de 15 a 17 anos integram o primeiro ecoclube do município. O coletivo, que reúne 15 jovens, é uma iniciativa promovida pelo Projeto Sou do Mangue - uma realização da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), executado pela ONG Guardiões do Mar.

A formação, que tem como objetivo fomentar o protagonismo jovem em prol das boas práticas socioambientais, teve início em setembro de 2023 e se estenderá até junho de 2024. Nesse período, os jovens irão explorar diversas temáticas que visam ao desenvolvimento pessoal, coletivo e socioambiental. Entre os temas trabalhados estão: racismo ambiental, emergências climáticas, saúde ambiental e saneamento.

O processo de aprendizado e atuação dos jovens estão alinhados com temas pertinentes as suas localidades e são cocriadas com eles, de acordo com suas vivências.

Entre os principais problemas já identificados pelos jovens em suas comunidades estão serviços de saneamento básico precários, descarte incorreto de resíduos pela população, poluição de rios, mau uso da água e queima de lixo.

A possibilidade de contribuir para a mudança desse cenário tem animado os jovens.
"Acredito que com essa formação, ganharei um conhecimento maior sobre a minha cidade, e, com isso, poderei contribuir para a sua evolução", afirma Júlia Machado.

"Desejo ajudar a sensibilizar as pessoas a contribuírem para um meio ambiente mais sustentável. Para isso, o conhecimento adquirido no ecoclube é muito importante", conta Kauany Oliveira.
Rodas de conversa, palestras e projetos para inspirar ações positivas e sustentáveis nas localidades são algumas das atividades práticas que já estão sendo planejadas pelos ecoclubinos.

Para integrar o ecoclube, os adolescentes participaram de uma seleção, realizada em agosto de 2023, composta por duas etapas: prova escrita e entrevista individual. Foram oferecidas 20 vagas, sendo 15 para início imediato e cinco para formação de cadastro reserva. Os selecionados recebem uma bolsa-auxílio mensal no valor de 375,00 reais.

Primeiro Ecoclube Serra/Mar
Os ecoclubes constituem um movimento internacional de participação juvenil. Liderado pelos próprios jovens, os participantes articulam ações buscando a mudança da realidade das localidades onde estão inseridos por meio de campanhas de sensibilização e propostas que promovam a sustentabilidade.

Este é o primeiro Ecoclube Serra/Mar de Cachoeiras de Macacu, incluindo os jovens na discussão sobre a construção de um futuro mais justo, saudável e harmonioso para todos: pessoas e meio ambiente. Os participantes aplicarão o conhecimento de caráter socioambiental aprendido durante os encontros semanais, atuando de forma prática junto à comunidade em atividades diversas.

"Por meio do Ecoclube, o Projeto Sou do Mangue amplia os horizontes dos jovens apoiando a promoção da democracia participativa na construção das políticas públicas adequada aos seus interesses, necessidades e aspirações. O jovem, como investigador de suas próprias práticas, engajado nos desafios colocados pela condição social é uma realidade possível. Essa é a nossa maior conquista!", destaca Angela Soledade, pesquisadora do Projeto Sou do Mangue.

Parceria do bem
O Projeto Sou do Mangue, uma execução da NTS – Nova Transportadora do Sudeste, com realização da ONG Guardiões do Mar, teve início em outubro de 2020, quando começou o trabalho de Restauração Florestal de 10 hectares de manguezais degradados, localizados na APA de Guapi-Mirim. O projeto tem duração de 48 meses e segue os mais rigorosos indicadores de qualidade ambiental, como a Resolução INEA n° 143 de 2017.

Diversas atividades foram realizadas, como: restabelecimento do fluxo da maré, roçada de espécies invasoras, transplante e plantio de mudas pertencentes às três espécies arbóreas nativas da região. Atualmente, a área encontra-se na fase de manutenção e monitoramento. Ao todo, foram plantadas 25.000 mudas. A ação conta com a parceria da Cooperativa Manguezal Fluminense para as atividades operacionais em campo, formada por membros da comunidade tradicional que reside na Baia de Guanabara.

Nessa nova etapa da parceria, com duração de 12 meses, a educação ambiental será utilizada como ferramenta para um trabalho de relacionamento comunitário com moradores de comunidades, direta ou indiretamente impactadas, pelo Gasoduto Itaboraí-Guapimirim (Gasig). O objetivo é sensibilizá-los e mobilizá-los para a disseminação de informações e boas práticas ambientais.

As comunidades atendidas pela parceria são: Alto do Jacu, Itambí e Sambaetiba, em Itaboraí; Parada Modelo e Vale das Pedrinhas, em Guapimirim; e Bonanza, São José da Boa Morte e Santana de Japuiba, em Cachoeiras de Macacu.

"Esperamos, que ao final da intervenção, os participantes das comunidades trabalhadas estejam melhor preparados para disseminar conceitos e boas práticas, levando aos seus familiares, vizinhos e amigos a importância do correto descarte de resíduos sólidos. Haja vista que, além do impacto estético e ambiental, eles trazem grandes riscos à saúde, além de comprometer os ecossistemas costeiros, em especial os manguezais da Baía da Guanabara, por conta da conectividade serra/mar", explica o coordenador do Projeto Sou do Mangue, Guilherme Assis.

Fonte: O Dia

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