Leilão da Cedae não contempla Macaé e municípios da região abastecidos pela companhia

A Cedae foi arrematada por R$ 22,7 bilhões . O valor ficou 133% acima do esperado

Por RJNEWS NOTÍCIAS em 05/05/2021 às 07:08:06
Cesinha (PROS) afirmou que muitas denúncias e reclamações sobre o abastecimento chegam aos vereadores

Cesinha (PROS) afirmou que muitas denúncias e reclamações sobre o abastecimento chegam aos vereadores

O leilão da Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro (CEDAE), ocorrido no último dia 30 de abril na Bolsa de Valores em São Paulo, não contemplou Macaé e outros municípios da Baixada Litorânea, como Rio das Ostras, e demais cidades da região, como Casimiro de Abreu, Quissamã, Carapebus e Conceição de Macabu, também abastecidos pela estatal.

A Cedae foi arrematada por R$ 22,7 bilhões . O valor ficou 133% acima do esperado, que era de R$ 10,6 bilhões.
Com a concessão, durante 35 anos, a CEDAE ficará com os três grupos, Aegea, Itaúsa e Iguá. Os dois primeiros firmaram contrato de R$ 30 bilhões. Com a concessão, a Cedae continuará existindo, por meio da captação e venda de água para os concessionários.

O grupo Aegea arrematou dois blocos, que incluem o Rio de Janeiro e mais 26 cidades. O Lote 1 vai abranger a zona sul do Rio de Janeiro e 18 cidades, que incluem São Gonçalo e Maricá. A Aegea levou R$ 8,2 bilhões, 103,13%, acima do valor mínimo, de cerca de R$ 4 bilhões. O Lote 4, também arrematado pelo grupo, é formado pela região central do Rio de Janeiro e zona norte da capital fluminense, além de oito cidades, incluindo Duque de Caxias, Belford Roxo e Nilópolis. O grupo Iguá ficou com o Lote 2, formado pelas regiões da Barra e Jacarepaguá, no Rio, e pelas cidades de Miguel Pereira e Paty dos Alferes. A Iguá Saneamento venceu com a oferta de R$ 7, 3 bilhões.

O RJ News, nessa terça-feira, dia 04, repercutiu o assunto junto aos vereadores de Macaé, que em fevereiro deste ano, criaram uma comissão para apurar o contrato da estatal com o município. Consultada pela reportagem, a vereadora Iza Vicente (Rede), relatora da comissão, afirmou que tem se aprofundando nas pautas que envolvem a companhia. Para ela, a empresa falhou muito na prestação de serviço e tem metas a cumprir até o ano que vem. "Nosso papel é cobrar o cumprimento e o melhor atendimento ao cidadão. Aqui em Macaé, sabemos que privatização não significa solução. Temos como exemplo, os serviços prestados pela BRK Ambiental e Enel, que também geram muitos transtornos aos cidadãos. É preciso considerar que a situação é bem mais complexa do que parece. Macaé não fez parte do que foi leiloado até agora", ressaltou. Para a parlamentar, a Cedae foi totalmente sucateada e está com dificuldades de cumprir o serviço que muitos precisam. "Não vejo a privatização como solução adequada. Precisamos de investimento adequado e gestão de qualidade nos serviços de saneamento. Água é um bem público, deve ser utilizada com responsabilidade e as tarifas devem estar de acordo com a capacidade financeira das pessoas. O risco da privatização é termos tarifas abusivas, principalmente para quem tem menos renda", declarou.

Também em fevereiro, quando a comissão foi criada pelos vereadores na Câmara Municipal, o presidente do Legislativo de Macaé, vereador Cesinha (PROS) afirmou que muitas denúncias e reclamações sobre o abastecimento chegam aos vereadores constantemente. Na época, o vereador declarou que a crise da água que envolve a Cedae poderia até parar no Ministério Público. Ainda em fevereiro, Cesinha afirmou que, em conjunto com o presidente da comissão, vereador George Jardim (PSDB), que se fosse necessário acionar a Justiça, isso seria feito, porque de acordo com eles, a população não aguenta mais tantos transtornos com a falta de abastecimento de água.

Segundo o vereador Cesinha, desde o início do ano, a Câmara Municipal tem intensificado as discussões sobre esse problema que se arrasta há anos. "O abastecimento de água em Macaé é precário e não tem mais como continuar assim. Instalamos uma comissão parlamentar para avançar e esperamos que o governo do Estado apresente uma solução. Macaé não foi incluída no leilão da última semana, mas acredito que todos os moradores querem e têm o direito a um bom serviço e com tarifa justa, independente do que será feito com a concessionária", declarou o presidente da Câmara Municipal de Macaé.

O presidente da comissão da Cedae na Câmara Municipal, vereador George Jardim (PSDB), afirmou, durante sessão em fevereiro, que foi firmado um contrato de R$ 4 milhões para o serviço da Cedae em Macaé. Na época, ele declarou que iria questionar, via requerimento, se esse contrato ainda está em vigência.
A comissão tem o prazo regimental de até 120 dias para apresentar o resultado dos trabalhos.

O vereador George Jardim (PSDB) e presidente da comissão, foi procurado novamente pela reportagem do RJ News, mas até o fechamento dessa edição não se manifestou.
A assessoria de comunicação da Cedae também foi contata pela reportagem do RJ News, mas também até o fechamento desta edição, não se manifestou.

Fonte: RJNEWSnoticias

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