Live do Dia de luta contra a Discriminação Racial discute racismo e avanços

Participaram da live a ativista Jô Wilme, da Mobilidade Urbana; Elaine Antunes, assistente social da SDSDH; Helder Santana, publicitário e audiovisual e Leandro Magalhães, professor e músico...

Por Lourdes Acosta em 22/03/2022 às 16:05:00

A live "Vozes importam", transmitida pelo canal oficial da Prefeitura de Macaé, no Youtube, nesta segunda-feira (21), Dia Internacional de luta contra a Discriminação Racial, reuniu ativistas e servidores públicos de áreas diferentes para refletirem sobre o racismo estrutural e institucional. O evento online foi promovido pela coordenadoria de Políticas Sociais e Igualdade da secretaria de Desenvolvimento Social Direitos Humanos e Acessibilidade (SDSDHA).

Participaram da live a ativista Jô Wilme, da Mobilidade Urbana; Elaine Antunes, assistente social da SDSDH; Helder Santana, publicitário e audiovisual e Leandro Magalhães, professor e músico.

Para provocar o debate, a coordenadora de Políticas Sociais e Igualdade, Conceição de Maria, após das as boas-vindas aos participantes abriu o espaço com uma frase do advogado e filósofo Silvio Almeida, que diz que o "Brasil tem de se livrar dessa alma de escravo" e em seguida formulou questionamentos como "O racismo existe ou é coisa da nossa cabeça?" e "No Brasil há liberdade de viver os traços negróides – ideologia do embranquecimento?".

- Ainda hoje as pessoas acham que o racismo estrutural e institucional são coisas da nossa cabeça, por isso, a primeira pergunta foi se o racismo existe. E a gente vê que existe, fere, prejudica a saúde e até provoca doença mental. Então, esse espaço foi para trazer ao debate pessoas dos seus lugares de conforto para poderem pensar e causar na sociedade esse grito, essa voz que está dentro da nossa garganta, de um Brasil igualitário e é isso que nós queremos –, ressaltou Conceição.

Durante a live cada participante fez seu alerta social de que a luta é para a equidade.

Elaine Antunes, assistente social da SDSDH, contou histórias de racismo que acontecem em situações que as pessoas muitas vezes nem percebem. Ela suscitou que, para conquistar espaços, os negros precisam estar instrumentalizados, estabelecer limites e exercer sua liberdade, colocando ou não o turbante para ficar bonito. "No modo como a gente constrói é que precisamos trabalhar com aqueles que nos cercam e para nos sentirmos empoderados, passar por esse recorte. É um processo que precisamos lapidar em nós mesmos para nos sentirmos abraçados pela liberdade", frisou.

O publicitário Helder Santana, confirmou que o racismo existe sim e que no Brasil é muito acentuado. Ele citou como fator agravante o próprio negro que muitas vezes finge não ser negro e não ter passado por situações de racismo. Falou dos padrões de beleza e estéticos de exclusão, utilizados por muitas famílias comparando, por exemplo, os tipos de cabelo, o liso como bom e o cacheado como ruim. Santana falou também das conquistas, mas disse que o processo é contínuo e que ainda não existe conquista garantida.

A roda de conversa seguiu com o debate por mais de uma hora discutindo e refletindo a discriminação racial. A ativista Jô Wilme e o músico Leandro Magalhães também se manifestaram. Jô, afirmou que ainda é muito difícil exercer o ser negro numa sociedade preconceituosa. Já o Leandro, citou as desigualdades, mas também lembrou os avanços, como as cotas universitárias e concurso público, por exemplo. "Ainda temos muito que avançar no combate ao racismo e seguir conquistando nosso espaço e empoderamento".

Fechando a Live, Conceição de Maria colocou a seguinte frase de Conceição Evaristo: "Tenho dito e gosto de afirmar que a minha história é uma história perigosa como é a história de quem sai de classes populares de uma subalternidade e consegue galgar outros espaços".

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Comunicação Desenvolvimento Social

Jornalista Lourdes Acosta – DRT/MTE 911 MA.

Macaé, 21/03/2021.

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