A Frente Parlamentar Pró-Ferrovias Fluminense, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), debateu, em reunião realizada nesta segunda-feira (01/04), maneiras para melhorar e incentivar o transporte ferroviário de passageiros no estado. O coordenador da frente, deputado Luiz Paulo (PSD), disse que, de acordo com o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Trens, realizada pela Alerj em 2022, o serviço prestado é de má qualidade e há risco de acidentes. O parlamentar também citou que os atuais acionistas da Supervia já demonstraram interesse em deixar a concessão. Sendo assim, uma futura licitação necessitaria de nova modelagem.
"A concessão da Supervia está com um grupo de empresas japonesas, cujas notícias que chegam apontam que elas não querem mais continuar. O trem está transportando, atualmente, 350 mil passageiros por dia, com atendimento de péssima qualidade e risco de acidentes", frisou Luiz Paulo.
O deputado também afirmou que a Frente da Alerj irá se encontrar com o secretário de estado de Transporte e Mobilidade Urbana, Washington Reis, para entender o que estabelece o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que deverá ser assinado em relação às obras da Estação Gávea do metrô. "A gente ainda não conseguiu entender se esse TAC é somente para manter a estação de pé, sem risco para o entorno, ou se também está prevista a ligação em direção a São Conrado", acrescentou.
A Frente Parlamentar definiu a realização de audiência pública para discutir a situação da concessão da Supervia, responsável por operar o serviço de trens urbanos de passageiros no Rio de Janeiro.
Estação Leopoldina
A Frente também irá acompanhar o projeto de restauração da Estação Leopoldina. Na reunião, o vice-presidente técnico-cultural de Memória e Preservação Ferroviária da Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer), Hélio Suevo Rodriguez, afirmou que o Fórum Permanente de Mobilidade Urbana, composto por diversas entidades, está elaborando dois relatórios técnicos, sendo um deles sobre o Complexo Barão de Mauá, do qual a estação faz parte.
"Estamos elaborando dois relatórios técnicos. Um de defesa do Complexo Barão de Mauá e outro contendo um conjunto de propostas para a retomada da ferrovia no Rio de Janeiro. Basicamente, o que a gente quer é que o complexo não perca a identidade ferroviária e que a faixa de domínio da estrada de ferro seja mantida", pontuou Rodriguez.
O deputado Luiz Paulo comentou que, no dia 13/03, se reuniu com o secretário municipal de Coordenação Governamental da cidade do Rio, Jorge Arraes, para tratar do tema. O parlamentar enfatizou a importância de se preservar a conexão ferroviária com a Estação São Cristóvão, o que possibilitaria uma utilização mais ampla da estrutura, como, por exemplo, o embarque de passageiros para São Paulo.
"O secretário informou que designou um Grupo de Trabalho (GT) que terá 90 dias para apresentar a sugestão de utilização daquela área. É importantíssimo que mantenhamos viva a possibilidade de ligação da Leopoldina com a estação de São Cristóvão, para integrar com o metrô, trens e ônibus", destacou o deputado.
Ligação Açu-GasLub
Durante a reunião, a frente também apresentou as emendas, propostas pelo colegiado, aprovadas ao Orçamento. Para Luiz Paulo, a principal delas é a realização de um estudo para a implantação do trecho que conectará o Porto do Açu, em São João da Barra, ao Polo GasLub, em Itaboraí, da Ferrovia Vitória-Rio (EF-118).
"Nós sugerimos sete estudos, dos quais as secretarias de Transportes e de Planejamento irão selecionar aqueles que forem mais viáveis para o Estado. No meu entendimento, o mais prioritário é a EF-118, ligando o Açu ao antigo Comperj, em Itaboraí", finalizou o coordenador da frente.
Também estiveram presentes na reunião o assessor da Secretaria de Estado de Transportes e Mobilidade Urbana (Setram), Douglas Haddad; o assessor da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Eduardo Duprat; e o ex-deputado federal e presidente do comitê Por um Trem em Movimento, Carlos Santana.
Fonte: ALERJ