Joaquim Barbosa reage às crĂ­ticas de Mourão: 'Poupe-nos da sua hipocrisia'

Por RJNEWS em 23/01/2023 às 05:32:55
Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF, fez duras críticas ao ex-presidente Hamilton Mourão

Joaquim Barbosa, ex-ministro do STF, fez duras críticas ao ex-presidente Hamilton Mourão

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, reagiu duramente às declarações dadas pelo ex-vice-presidente Hamilton Mourão. O senador eleito pelo Republicanos-RS criticou a troca de comando no Exército anunciada ontem pelo governo de Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT), que, no sĂĄbado, 21, confirmou a demissão do general Júlio César de Arruda. O general TomĂĄs Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste, assumiu o posto.

Nas redes sociais, Joaquim Barbosa foi enfĂĄConselho Nacional da Amazônia: "Poupe-nos da sua hipocrisia, do seu reacionarismo, da sua cegueira deliberada e do seu facciosismo político". Barbosa afirma que "fatos são fatos!" e pede "mais respeito a todos os brasileiros!"


Os comentĂĄrios foram feitos após Mourão divulgar uma entrevista publicada pelo jornal 'Folha de S. Paulo', neste sĂĄbado, 21, na qual critica a decisão de Lula de ter determinado a demissão de Arruda, por insubordinação e resistĂȘncia em anular a nomeação do ex-braço direito de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que seria enviado para o comando de um batalhão do Exército em Goiânia (GO).

Cid é investigado pela Polícia Federal, a pedido do STF, por movimentações bancĂĄrias atípicas, como saques do cartão corporativo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na agĂȘncia do Banco do Brasil localizada dentro do PalĂĄcio do Planalto, além do pagamento, com dinheiro vivo, de despesas pessoais de outros membros de da família e até de uma amiga íntima da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Mourão afirmou que, "se o motivo foi tentativa de pedir a cabeça de algum militar, sem que houvesse investigação, mostra que o governo realmente quer alimentar uma crise com as Forças Armadas e em particular com o Exército. Isso aí é péssimo para o país", disse Mourão à 'Folha'.

Joaquim Barbosa respondeu. "Mais respeito a todos os brasileiros! "Péssimo para o país" seria a continuação da baderna, da "chienlit" (termo francĂȘs para se referir à baderna ou confusão, em tradução livre) e da insubordinação claramente inspirada e tolerada por vocĂȘs, militares", escreveu, mandando um conselho para Mourão, que agora serĂĄ senador.

"Senhor Mourão, assuma o mandato e aproveite a oportunidade para aprender pela primeira vez na vida alguns rudimentos de democracia! Não subestime a inteligĂȘncia dos brasileiros!"

Segundo relatos colhidos pela reportagem no Exército e no Planalto, o general Júlio Cezar Arruda foi demitido por trĂȘs fatores principais. Primeiro, Lula ficou irritado com a resistĂȘncia no Comando do Exército de permitir a prisão no acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General em Brasília, na noite da invasão e depredação das sedes dos Poderes Pesou também para a demissão do comandante os fortes indícios de que o Comando Militar do Planalto, ligado ao Exército, falhou significativamente na contenção dos ataques.

O terceiro fator, visto como a gota d"ĂĄgua nas relações de confiança, foi a resistĂȘncia de Arruda para exonerar o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, conhecido como "coronel Cid". Fiel escudeiro de Jair Bolsonaro e ajudante de ordens do ex-presidente, Cid foi nomeado para chefiar o 1.Âș Batalhão de Ações de Comando do Exército em Goiânia. Foi grande a pressão para que a nomeação fosse cancelada por Arruda, o que não ocorreu. O general foi demitido um dia após ele e os comandantes da Marinha e da AeronĂĄutica se reunirem com Lula e os ministros da Defesa e da Casa Civil, Rui Costa.

*Com informações do Estadão

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