Industrializa RJ reúne representantes da cadeia do gás natural do Norte Fluminense

Governo do estado tem ouvido os empreendedores para entender os gargalos para a reindustrialização

Por RJNEWS em 25/05/2021 às 16:50:39

Representantes de 15 organizações com atuação em empreendimentos de gás natural no Norte Fluminense participaram, no início desta semana, da segunda reunião do Industrializa RJ. O programa do Governo do Estado tem como principal objetivo promover a reindustrialização do Estado a partir da crescente oferta de gás natural. O encontro online foi coordenado pelo secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Leonardo Soares.

- O programa conta com um período de consulta pública, em que as empresas poderão se manifestar formalmente e informar os principais entraves para seus investimentos. A ideia é que esse mapa do Estado com as principais barreiras e dificuldades para os novos investimentos seja utilizado na definição de novas políticas públicas - explicou o secretário.

O CEO da Porto do Açu Operações, José Firmo, destacou a importância do gás na ampliação da industrialização do Rio de Janeiro, ressaltando que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) projetaram que a produção de gás no Brasil vai dobrar na próxima década. Hoje, o Rio de Janeiro já responde por 61,2% da produção nacional.

- Estamos vivendo, sem dúvida alguma, um momento histórico na indústria do gás. As oportunidades são realmente extraordinárias. O nosso objetivo no Açu é fazer com que o gás produzido no Rio faça, primeiro, o estado crescer e, depois, o resto do país - disse Firmo.

O executivo, ao ressaltar a instalação de uma indústria de fertilizantes no Açu, ainda chamou atenção para os diferentes segmentos industriais que poderão se beneficiar do gás. Neste caso, por exemplo, há uma forte demanda por fertilizantes pelo agronegócio nacional, que atualmente é suprida por importações.

O gerente de gás da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Adriano Lorenzon, lembrou que o Rio tem uma situação privilegiada em relação ao gás.

- A demanda de gás é diretamente vinculada ao custo final. O Rio está bem posicionado em três frentes: molécula do gás, transporte e distribuição. O estado tende a ser mais competitivo, pois a demanda está próxima da oferta - avaliou.

Em relação à reunião, o gerente de Assuntos Regulatórios e Governamentais da British Petroleum, Gustavo Godoy, disse ser fundamental esse diálogo entre os setores público e privado. Para o presidente da Gás Natural Açu (GNA), Bernardo Perseke, o Rio não pode ficar para trás, perdendo a oportunidade de aproveitamento do novo marco energético relativo ao gás.

Apesar de considerar o Porto do Açu um projeto muito competitivo, o CEO do Grupo Vale Azul/Tepor, Fabiano Crespo, apontou dois gargalos para o desenvolvimento do Norte Fluminense:

- É necessário complementar a duplicação da BR-101 e construir a estrada de ferro 118.

O presidente da Marlim Azul Energia, Bruno Chevalier, elogiou a atuação do governo.

- O estado tem se empenhado nesse esforço para garantir a competitividade do gás, através da equiparação do ICMS do gás - afirmou.

O CEO da EDF Norte Fluminense, Emmanuel Delfosse, afirmou que o grupo acredita muito na região, que é hub natural de gás. O presidente da Sociedade dos Engenheiros de Petróleo (SPE Brasil), Carlos Alberto Pedroso, classificou de muito importante o foco no gás para a industrialização, lembrando que, entre os combustíveis fósseis, o gás é a matriz mais limpa que existe.

O consultor de Relações Institucionais da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro), Gilson Coelho, viu como importantíssima a reunião do programa Industrializa RJ.

- Consideramos um marco decisivo. No Norte Fluminense, há uma infraestrutura industrial consolidada. O país precisa dessa iniciativa - avaliou.

O superintendente de Petróleo e Gás Natural da EPE, Marcos Frederico Souza, lembrou que a produção de gás do Rio pode representar a de um país. Também participaram da reunião representantes do BNDES, Petrobras, Shell, Rede Petro, IBP, Siemens, TAG, Abegás, Abividro e da Codin.

A primeira reunião do Industrializa RJ foi realizada no dia 11 de maio com representantes de empreendimentos dos diversos projetos de gás no estado foi focada na região do Porto de Itaguaí.

Fonte: Núcleo de Comunicação do Interior

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