Prefeitura e UFRJ anunciam início de pesquisas para entender sequelas da infecção por Covid-19

O projeto é intitulado "Avaliação da Imunidade e de Marcadores Neurológicos de Pacientes com Afecções Pós-Covid"

Por RJNEWS NOTÍCIAS em 20/01/2022 às 14:13:50
As instituições querem descobrir o que acontece no organismo de pessoas infectadas pela Covid-19

As instituições querem descobrir o que acontece no organismo de pessoas infectadas pela Covid-19

Daniela Bairros

A Prefeitura de Macaé e o Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (NUPEM), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), deram início aos estudos e pesquisas em pacientes que foram infectados pelo coronavírus para entender as sequelas da doença.

O projeto é intitulado "Avaliação da Imunidade e de Marcadores Neurológicos de Pacientes com Afecções Pós-Covid", financiado pelo Programa de Apoio à Pesquisa Clínica de Afecções Pós-Covid-19 – 2021, do Fundo de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj), com apoio do governo municipal através do Carp.

Segundo a prefeitura, uma equipe com 10 professores pesquisadores e 15 alunos de pós-doutorado, doutorado, mestrado e iniciação científica, passará 3 anos fazendo pesquisa nos pacientes do Centro de Acolhimento e Reabilitação Pós-Covid (Carp), que funciona no Centro de Especialidades Dona Alba, no centro da cidade.

"Para compreender o que de fato acontece no organismo humano após o processo inflamatório gerado em resposta à infecção pelo novo coronavírus, os pesquisadores vão coletar o sangue dos pacientes que diariamente recebem atendimento no Carp. Em seguida, todas as amostras passarão por análises para tentar correlacionar as informações com os danos neurológicos após a infecção", informou a prefeitura.

Segundo a professora pesquisadora do NUPEM/UFRJ, Cíntia Monteiro , um dos objetivos dos estudos e pesquisas iniciados nesta quarta-feira é entender como as sequelas afetam as pessoas que foram infectadas pelo coronavírus.

"Já sabemos que a Covid (sigla, em inglês, para Coronavirus Disease) é uma doença inflamatória. Agora queremos saber se este processo inflamatório exacerbado permanece nos pacientes pós-Covid", explicou Cíntia Monteiro.

Entre as sequelas enfrentadas por grande dos pacientes estão a perda de olfato, a falta de atenção e de memória, e outros danos que precisam ser estudados para que possam ser utilizados pela clínica como diagnósticos.

A professora pesquisadora enfatizou que o NUPEM/UFRJ tem colaborado com os estudos da Covid desde o início da pandemia na cidade, em 27 de março de 2020, com a realização de 15 mil testes moleculares em Macaé, e o desenvolvimento de estudos sobre a eficácia da vacinação.

A equipe da parceria da Prefeitura de Macaé e o NUPEM/UFRJ é composta por médicos, biomédicos, biólogos e outros profissionais pesquisadores, além dos alunos de diversos cursos da área envolvidos em todas as etapas da pesquisa, entre elas, a mutação do vírus.

Para iniciar a pesquisa, o projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e os pacientes assinam o Termo de Consentimento para participarem como voluntários, recebendo, em contrapartida, o retorno dos pesquisadores em forma de laudo expedido gratuitamente.

Segundo o coordenador da Divisão Especial de Fisioterapia e Reabilitação, Nichollas Augusto Ribeiro, a pesquisa realizada por essa parceria reforça o papel do Carp com referência no atendimento a pacientes com sequelas do coronavírus em toda a região."O Carp não se limita ao trabalho das sequelas da doença. Hoje produzimos pesquisa em parceria com universidades públicas e privadas [além da UFRJ, o município tem parceria com a Universidade Federal Fluminense, UFF, de Macaé e Rio das Ostras, e com a Faculdade Salesiana, de Macaé]", ressaltou Nichollas Augusto Ribeiro.

O coordenador contou ainda que a maior demanda de atendimento no Carp é de especialidades não-médicas, como fisioterapia respiratória, nutrição e psicologia, mas revelou que, entre as especialidades médicas, a maior procura é pneumologia, angiologia e cardiologia, que respondem, juntas, por 75% dos atendimentos da unidade.

Foto: Bruno Campos

Comunicar erro

Comentários

Zion
Luxhoki