Deputados aprovam teto de gastos como contrapartida do RRF

Limite não inclui repasses para municĂ­pios, aplicações em fundos constitucionais e despesas com SaĂșde e Educação.

Por RJNEWS NOTÍCIAS em 06/10/2021 às 11:13:13
A votação ocorreu nessa terça-feira, dia 05

A votação ocorreu nessa terça-feira, dia 05

Daniela Bairros

O teto de gastos apresentado pelo Governo do Estado como contrapartida para adesão ao novo Regime de Recuperação Fiscal (RRF) foi aprovado, em discussão Ășnica, pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta terça-feira (05/10). O Projeto de Lei Complementar 46/21, de autoria do Poder Executivo, estabelece um limite com base no valor das despesas primĂĄrias liquidadas do ano anterior, corrigido pela inflação acumulada. A medida segue para o governador ClĂĄudio Castro, que tem até 15 dias para sancionĂĄ-la ou vetĂĄ-la.

Para 2022, o teto serĂĄ calculado com base nas despesas primĂĄrias empenhadas no ano de 2018, corrigidas pelo IPCA acumulado entre janeiro de 2018 e dezembro de 2021. O texto do acordo garante que o limite de despesas seja global e não individualizado entre os Poderes, o que daria um valor estimado de R$ 71,6 bilhões, após um reajuste de 21,67%.

"Fomos avançando no sentido de o teto de gasto ser menos limitador do que a proposta original. O teto de gasto é um projeto muito ruim, na essĂȘncia, porque segura a capacidade de investimento dos governos. Na União, estĂĄ criando um problema imenso até para o pagamento dos precatórios. Mas se a gente não aprova, sai do regime. Então, a gente aprovou com redução de danos", afirmou o deputado Luiz Paulo (Cidadania).

O teto não vai incluir os repasses para os municĂ­pios, as despesas com SaĂșde e Educação realizadas em razão de eventual diferença das aplicações mĂ­nimas constitucionais. Através de emendas, foram excepcionalizadas as aplicações de diversos fundos constitucionais, entre eles o Fundo Soberano, o de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam), de Investimentos e Ações de Segurança PĂșblica e Desenvolvimento Social (Fised) e o de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais (Fecp). Os repasses à Fundação de Amparo às Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) também estão excluĂ­dos do teto de gastos.

Após acordo entre os deputados, também foi incluĂ­da emenda estabelecendo que estarĂĄ fora dos limites de teto de gastos a migração dos professores que tĂȘm carga horĂĄria de 16 horas para um novo regime de 30 horas, com a remuneração proporcional ao tempo de trabalho. A medida é garantida pela Lei 9.364/21 e financiada com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação BĂĄsica (Fundeb).

O Conselho Consultivo da Comissão de Acompanhamento e Monitoramento Econômico-Financeiro do Regime de Recuperação Fiscal (Comisarrf) acompanharĂĄ o cumprimento do limite de teto de gastos, publicando relatório quadrimestral em site eletrônico. As informações também devem ser repassadas ao Poder Legislativo.

O novo regime

O novo RRF tem duração de dez anos e prevĂȘ a suspensão do pagamento da dĂ­vida de R$ 172 bilhões do Estado com a União no primeiro ano. Nos nove seguintes, retoma o pagamento de forma parcelada, aumentando o valor da parcela gradativamente. A medida foi necessĂĄria devido à suspensão do antigo regime, determinada pelo Ministério da Economia. A adesão foi formalizada com a aprovação do PL 4.852/21. Além do teto de gastos, a Alerj aprovou, como contrapartidas, a reforma previdenciĂĄriae a extinção do triĂȘnio para os novos servidores.

Foto: Julia Passos

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