Paralisação do sistema de estacionamento rotativo de Macaé divide opinião dos usuários

"Há males que vem para o bem"? Tem quem ache que sim. No caso do estacionamento rotativo de Macaé os usuários que tanto reclamavam da taxação estão um tanto confusos e existe até quem defenda com unhas e dentes a cobrança.

O sistema de estacionamento rotativo, conhecido como Área Azul, deixou de operar em dezembro de 2022. Desde então é possível parar em qualquer vaga sem nenhuma cobrança. O problema está em achar a vaga. Moradora de Macaé há 20 anos, Adriana Peixoto conta que evita alguns horários mais difíceis. "Tenho evitado vir no nos horários de pico. E quando posso, tento resolver tudo durante a semana pois sei que no sábado fica quase impossível estacionar. Já cheguei a vir de UBER para evitar problemas. Porque muitas vezes a gente tem que ficar rodando por horas até achar uma vaga. É bem estressante", relata.

Outra que também está preocupada é a empresária Mônica Andrade. Ela receia que a prefeitura volte a fazer a cobrança bem no fim do ano, período de maior movimento por conta das compras de Natal. "É até difícil trazer uma opinião sobre isso. Pois sem o rotativo acreditamos que atraia mais clientes. E que os comerciantes vendam mais. Porém a falta de vagas é uma realidade cruel dessa área central. Acho importante a organização. Mas sei que nem sempre é bom para o cliente. É fundamental pensar em todos", explica.

Por nota a Prefeitura informou que o sistema deixou de operar por conta do encerramento do prazo do contrato de concessão com a empresa REK Parking. Mas que a Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMMURB) se encontra adotando providências para restabelecer o sistema de estacionamento rotativo, atualmente conduzindo procedimentos em fase de contratação interna e buscando a modernização da legislação municipal, com vistas a adequar o sistema à realidade atual da dinâmica do trânsito.

A nota explicou ainda, que por acreditar que a democratização das vagas em áreas de grande demanda é fundamental para o desenvolvimento do comércio local, a SEMMURB mantém diálogo constante com entidades da sociedade civil ligadas à atividade comercial, para que, em breve, seja apresentado um novo arcabouço jurídico e um modelo de negócio que seja ajustado à realidade de sua população.

O secretário de Mobilidade Urbana, Jayme Muniz, afirmou ainda estudar a possibilidade de destinação de parte da receita arrecadada para fins sociais.