Municípios do Norte Fluminense começam vacinação contra o coronavírus para os profissionais da educação
Imunização é uma das exigências dos profissionais, que estão sendo orientados a retornarem aos seus postos de trabalho
Thaiany Pieroni
Nesta semana, os profissionais da educação da Região Norte Fluminense começarão a ser vacinados contra o coronavírus. A vacina é considerada
um passo importante, tendo em vista que alguns profissionais já retornaram as escolas e outros devem retornar em breve.
Em Macaé, onde as aulas na rede privada já começaram, de forma presencial, e as da rede pública municipal estão previstas para começar no próximo dia 28, a vacinação para os profissionais da educação deve começar na próxima quarta-feira, 09. A decisão foi um entendimento firmado entre o prefeito Welberth Rezende (Cidadania) e o Ministério Público Estadual (MPE).
O calendário definido junto à equipe da Secretaria Municipal de Saúde segue os mesmos critérios de faixa etária, cumpridos também os grupos de comorbidades e de deficiências permanentes. "O nosso objetivo é avançar na vacinação, alcançando os profissionais da Educação, seguindo também o nosso plano de retorno das aulas presenciais nas unidades de ensino da cidade", explicou o prefeito.
De acordo com a prefeitura, no primeiro dia serão vacinados profissionais da educação que atuam em creches com idade de 59 anos. As demais informações sobre a vacinação dos profissionais da educação serão anunciadas nas redes oficiais da prefeitura.
Já em Conceição de Macabu, as aulas também haviam sido autorizadas a retornar, por meio de decreto, mas precisaram ser suspensas novamente, devido a um retrocesso da bandeira de risco. Porém, a vacinação já começou.
As primeiras doses foram distribuídas no feriado. Nesse primeiro momento, professores e auxiliares que atuam em escolas públicas, estaduais e privadas, com idade de 59 a 55 anos, recebem o imunizante no sistema drive-thru.
De acordo com o secretário de Saúde Pedro Folly, a previsão é que o calendário avance nas próximas semanas, conforme chegarem mais vacinas.
Em Rio das Ostras, a prefeitura informou que a vacina deve começar na próxima semana. Porém, os critérios, datas, locais e horários de vacinação serão informados em breve pela Secretaria de Saúde.
O retorno das aulas presenciais para rede particular do município está previsto para o dia 07 de junho. Já para a rede pública municipal, o retorno previsto é para o dia 30.
Diante deste cenário, a Prefeitura de Rio das Ostras realizou na última quarta-feira, 02, uma testagem em massa, que foi direcionada a pessoas que atuam nas escolas das redes privada e pública estadual. De acordo com a prefeitura, foram testadas 527 pessoas nesta quarta-feira, 2, na sede da Secretaria de Educação, sendo que 21 tiveram resultado positivo.
Casimiro de Abreu, apesar de ainda não ter divulgado previsão para o retorno das aulas presenciais, também já iniciou a vacinação dos trabalhadores da educação, neste feriadão.
No município, a ordem de vacinação será escalonada, obedecendo a seguinte ordem: creches, pré-Escolas, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino Profissionalizante, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Trabalhadores da Educação do Ensino Superior. Os profissionais devem acompanhar a ordem de vacinação por unidade de ensino, seguindo as redes sociais da Prefeitura de Casimiro de Abreu: Facebook, Instagran e site oficial.
O município de Carapebus ainda não divulgou calendários para a categoria
Professores da região participarão de assembleia para decidir sobre condições do retorno das aulas
Apesar dos municípios terem iniciado a vacinação para os profissionais da educação, o retorno das aulas presenciais, antes da imunização total da categoria, ainda é motivo de muitos debates.
Neste sábado, o Sindicato dos Professores de Macaé e Região - Sinpro realizará uma assembleia com professores de escolas particulares dos municípios de Macaé, Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Conceição de Macabú, Silva Jardim, Rio Bonito, Carapebus e Quissamã, justamente, para debater o tema.
Serão debatidos os seguintes temas: condições de trabalho necessárias para o restabelecimento das atividades presenciais; deliberação sobre a conveniência de paralisação das atividades em defesa da saúde dos trabalhadores, da vida e do emprego, caso os representantes governamentais autorizem o retorno às aulas.
A presidente do sindicato, Guilhermina Rocha, afirma que a posição do Sinpro Macaé e Região é de contrariedade ao retorno, porque a doença é fatal e não há condições de uma retomada presencial das aulas, sem a imunização de toda comunidade escolar.
"A preocupação do sindicato é de que os professores voltem às salas de aula sem vacina. Se fosse uma ou duas escolas, apenas, seria mais fácil de controlar. Mas é uma estrutura muito grande. Nós estamos defendendo que vacine todos os funcionários e alunos porque eles ficam misturados e isso aumenta significativamente o contágio do coronavírus", alertou.
Guilhermina ainda afirmou que o mais prudente é esperar e imunizar os trabalhadores antes do retorno das aulas presenciais. "É melhor aguardar mais um pouco para o retorno seguro. Mais de 460 mil brasileiros já morreram. É uma doença cruel e terrível. Não dá para brincar com a saúde dos docentes e estudantes. Precisa ter o entendimento científico e a responsabilidade para não colocar vidas em risco", concluiu.
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