Diretor do Sindipetro-NF é acusado de participar de invasão e coordenador defende

Alessandro foi acusado de participar de uma invasão, o mesmo afirma que só foi levar alimentos

Por RJNEWS em 09/06/2021 às 04:26:00
Alessandro Trindade foi demitido por ter sido flagrado distribuindo alimentos em uma área da Petrobras

Alessandro Trindade foi demitido por ter sido flagrado distribuindo alimentos em uma área da Petrobras

O processo de demissão do diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Alessandro Teixeira, iniciado na última semana, tem gerado repercussão nacional e mobilizado instituições ligadas a categoria. Alessandro estaria sendo desligado da empresa acusado de participar de uma ocupação de famílias sem terra, realizada no dia 1º de maio, em terras da Petrobras, enquanto o mesmo alega que realizou apenas uma ação solidaria no local.

O diretor Alessandro se defendeu da acusação e afirmou que pode comprovar sua inocência. "Até onde apurei, depois dos fatos, a ocupação do terreno da Petrobrás em Itaguaí ocorreu às 04h do dia 1° de maio de 2021. Naquele momento eu estava em minha casa, e pouco depois me dirigi a atividade comemorativa do Dia do Trabalhador, na Lapa, no centro do Rio de Janeiro. Por conta do projeto Petroleiros Solidários, que desenvolvo com minha família e companheiros empregados da Petrobrás há mais de um ano, fui chamado por moradores da vizinhança de meu bairro, Padre Miguel, para prestar auxílio às famílias em situação de fome na ocupação. Imediatamente entrei em contato com a diretoria do Sindipetro/NF, entidade da qual sou diretor do departamento jurídico, e a diretoria de pronto tomou a atividade como tarefa do movimento sindical, e me incumbiu de comparecer ao local, o que fiz no mesmo dia 1° de maio, mas já por volta de 11h30, levando alimentos aos necessitados, como havia sido incumbido pela direção", relatou Alessandro, em ofício enviado à Petrobrás, após ser acusado pela empresa de "prática de não conformidade", na forma de "apoio à invasão de terreno de propriedade da Petrobrás".

O coordenador geral do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra, afirmou que a abertura de processo de demissão de um diretor sindical da entidade "é uma tremenda sacanagem da empresa, é o fascismo avançando na vida real nossa". O sindicalista avalia que trata-se de uma tentativa de intimidação da gestão da Petrobrás contra o sindicato, "mas eles não vão conseguir".

Tezeu também explicou sobre o ocorrido e garantiu que Alessandro não teria participado de nenhuma ocupação irregular. "Aconteceu uma ocupação em um terreno da Petrobrás, em 1º de maio, em Itaguaí, um terreno que era da prefeitura que foi doado à Petrobras para tentar levar o Comperj para lá e desde então o terreno está parado. O pessoal do movimento do campo, os sem teto, se organizaram e foram ocupar esse terreno da Petrobrás, terreno este que a gente nem sabia da existência. O pessoal mapeou, viu que estava lá o terreno ocioso, foram fazer essa ocupação", começou a explicar o sindicalista, complementando a seguir sobre a participação do diretor Alessandro em ações de solidariedade.

"O Alessandro acompanha também o Movimento Petroleiro Solidário, que já distribuiu mais de quatro mil cestas básicas, fora as que o sindicato também doa. Passam de cinco mil, no Rio, em Campos, Macaé, Rio das Ostras, distribuímos muita cesta básica na pandemia. O Alessandro foi lá distribuir cestas básicas para as famílias, naturalmente dar algum apoio ao que o pessoal precisasse. Famílias sem teto, sem comida, sem nada, nós fomos fazer esse movimento. E simplesmente eles [da gestão da Petrobrás] pegaram isso para justificar que ele [Alessandro] estava ajudando e organizando a ocupação e demitiram, de acordo com Código de Ética, CLT, não sei o que, colocaram lá um monte de coisas, só para tentar intimidar a gente. Quero deixar claro que não vai intimidar o sindicato", frisou.

Em meio a tanta polêmica, diversas instituições do setor petrolífero estão postando mensagens de solidariedade e defesa ao petroleiro.

Entramos em contato com a Petrobras para saber mais informações sobre a acusação e entender como funcionará o processo, mas não tivemos respostas até o fechamento desta edição.

Fonte: RJNEWSnoticias

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