Abuso na bomba: preço da gasolina em Macaé, mais vez, assusta consumidores e vira até assunto durante sessão da Câmara Municipal
Diante de muitas reclamações, vereadores convidaram gestor do Procon a comparecer ao Legislativo, para dar explicações
Daniela Bairros
Constantemente, a equipe de reportagem do RJ News, divulga matérias, informando o preço atual e abusivo da gasolina nas cidades da região, mas principalmente, em Macaé, a Capital Nacional do Petróleo e, agora também, do gás natural. E mais uma vez, consumidores, assustados, relataram o aumento absurdo do combustível. Segundo relatos, em alguns postos, o preço da gasolina comum é R$ 6,15. Tem que gastar muito mesmo combustível para procurar, e tentar achar, algum posto em que preço esteja acessível. Em Macaé, o RJ News fez um levantamento e encontrou um, localizado no bairro Ajuda, em que a gasolina comum, está custando R$ 4,99.
A empresária Carolina Souza, de 33 anos, foi uma das motoristas que apontou essa diferença. Em um determinado posto de gasolina de Macaé, a gasolina comum custa R$ 6,15, enquanto que em outro, R$ 4.99. "Eu realmente fiquei muito assustada com essa diferença. Isso tem que ser realmente verificado, para sabermos o que está acontecendo. Ouço muito falar, que quando a gasolina é muito barata, poder ser perigoso, ou seja, danificar o motor do veículo. Mas, também pagar R$ 6,15, realmente não dá. Dói no bolso, na verdade já está doendo há muito tempo", relatou.
O também morador de Macaé, Talys Messias, relatou que paga, em um dos postos de combustíveis, R$ 6, 49, o que também, segundo ele, assusta e pesa muito no bolso. "Isso é toda a semana. Tem que encher o tanque, para ficar um pouco mais tranquilo durante a semana. Mas, realmente, esses preços estão abusivos demais. Sinceramente, não sei onde vamos parar com tanto aumento assim".
Gestor do Procon de Macaé é convocado a comparecer à Câmara Municipal para explicar preço abusivo da gasolina no município
Durante sessão da última quarta-feira, dia 02, na Câmara Municipal, os vereadores aprovaram requerimento, de autoria dos vereadores Cesinha (PROS) e Edson Chiquini (PSD), convidando o atual gestor da Procuradoria Adjunta de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) de Macaé, Gilcimar Figueiredo Prata, para dar explicações sobre os preços abusivos da gasolina na cidade, se os tributos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estão sendo repassados pelo governo federal e se os donos de postos de combustíveis estão repassando aos contribuintes.
Em sua fala, um dos autores do requerimento, vereador Edson Chiquini (PSD), explicou que depois de receber reclamações do preço abusivo da gasolina, na semana passada, ele, juntamente com o vereador Rond Macaé (Patriota), e com o atual gestor do Procon de Macaé, visitou alguns postos na cidade, e por isso, fizeram o convite para que compareça à Câmara Municipal. "É preciso explicar, para nós entendermos. Porque, na verdade, o que tem acontecido, é que o governo federal, isentou todos os impostos federais, mas o Estado não isentou em nada. Então, hoje, a maior despesa que nós temos na gasolina, são os impostos estaduais, dentre eles, o ICMS, que é um dos mais caros do Brasil, de 19% no combustível. Enquanto outros estados cobram 6%, o estado do Rio de Janeiro, cobra 19%. Então, eu gostaria que o gestor do Procon de Macaé viesse aqui para todos, principalmente à população macaense, como funciona. Se nós estamos dentro dos preços legais, da Agência Nacional do Petróleo (ANP), se nós podemos ter uma gasolina tão cara no nosso município. Por isso motivo, esse requerimento foi feito", explicou o vereador Chiquini.
Também autor do requerimento, o presidente da Câmara Municipal de Macaé, vereador Cesinha (PROS) ressaltou que as questões são muito duvidosas, porque, segundo ele, o governo isenta uma taxa, que não é repassada aos contribuintes. "Por isso, que convidamos o gestor do Procon de Macaé, para ajudar nos esclarecimentos. Macaé, na minha opinião, tinha uma saída para isso tudo. A cidade é uma das maiores produtoras e exploradora do gás natural. Tanto que Macaé, constantemente, é citada, como o município da rota do gás. E como as conversões de veículos da gasolina para o gás cresceu, cerca de 40% da frota foi convertida para o gás natural. E o que nos deixa com pontos de interrogações, é por que o gás também aumentou 40%", questionou o vereador Cesinha.
Para ele, isso tira a alternativa do trabalhador de converter o veículo para mudar o combustível e ir trabalhar e ter o preço mais flexível. "Isso mesmo, flexível. Ainda é uma economia que sustenta, sim. Mas o aumento de 40% do gás para transformar o preço estável, tanto do gás, quanto da gasolina. Porque a Petrobras estava perdendo. As ações da estatal não podem cair. Mas o bolso do trabalhador pode. O trabalhador que ganha o seu salário, ainda tem que pagar R$ 6 , um litro de gasolina. E em uma das cidades que mais produz combustível no Estado e, provavelmente, no país. Mas, queremos entender porque que Macaé tem um preço tão alto assim na gasolina. O preço não tem desconto, de um posto de gasolina para o outro. É tudo igual, até nos centavos. Isso é inadmissível. Que o trabalhar tenha que pagar o preço tão caro e abusivo, tendo também, que deixar o veículo guardado na tentativa de economizar. Porque não tem como sustentar o preço da gasolina. É isso que queremos entender também, por meio do requerimento que convida o gestor do Procon de Macaé para vir aqui e explicar. Para saber também se há uma fiscalização mais rígida do órgão nos postos, para que a gente possa passar para os contribuintes, um preço mais flexível da gasolina em Macaé", concluiu.
O vereador Cesinha pediu aos demais vereadores, que na próxima semana, participem da sessão híbrida, para que acompanhem os esclarecimentos do gestor do Procon de Macaé.
"Não é uma questão simples de resolver. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não conseguiu infringir a política adotada pela Petrobras. Até para ele indicar um presidente para a estatal, tem que ser aprovado pelo conselho da empresa. Não estamos aqui para discutir as ações da Petrobas, mas estamos aqui para oferecer uma alternativa ao trabalhador, que tem a sua responsabilidade de ir trabalhar e levar o sustento às suas famílias, e ainda tendo que pagar tão caro pela gasolina em Macaé".
Diferença de preços entre cidades da região é citada pelos vereadores
O vereador Edson Chiquini citou que existe uma diferença grande dos preços da gasolina em outros municípios, como por exemplo, Rio Bonito, para Macaé. "Estamos dentro do mesmo estado, e em Rio Bonito, a diferença é de quase R$ 0,50 centavos no litro da gasolina, para Macaé. Por isso também, fizemos o convite para o gestor do Procon de Macaé esclarecer essa questão".
"O governo federal isentou o imposto. O Estado não quis isentar, e o município também não. Então, assim fica difícil conter o preço do combustível", declarou o vereador Cesinha.
O requerimento foi aprovado por unanimidade pelos vereadores.
