Diretora afirma que escolas públicas não possuem condições estruturais para retorno presencial das aulas

Márcia dos Santos, afirmou ser favorável ao retorno das aulas

Por RJNEWS em 22/05/2021 às 05:03:00
Assim como a diretora Márcia, Aline também defendeu o retorno seguro das aulas presenciais na rede pública de Macaé

Assim como a diretora Márcia, Aline também defendeu o retorno seguro das aulas presenciais na rede pública de Macaé

Durante a sessão na Câmara Municipal de Macaé na última quarta-feira, dia 19, Márcia dos Santos, afirmou ser favorável ao retorno das aulas, mas de forma segura, incluindo a vacinação

Daniela Bairros

Durante o grande expediente da sessão ordinária na última quarta-feira, dia 19, no plenário da Câmara Municipal de Macaé, a diretora do Colegiado de Diretores das Escolas Públicas de Macaé, Márcia dos Santos Silva, foi enfática ao responder perguntas do vereador Edson Chiquini (PSD), afirmando que, apesar de todos os esforços que a Secretaria Municipal de Educação vem fazendo para adequar as unidades da rede pública municipal, atualmente, os estabelecimentos não possuem condições de receber os alunos presencialmente. Na edição da última quarta-feira do RJ News, Márcia afirmou que o posicionamento, enquanto representação dos Diretores Municipais de Macaé, é pelo retorno seguro, que inclui a vacinação, protocolo gradual e definido de maneira executável às escolas do município. Segundo ela, as escolas não são homogêneas na estrutura física e seria determinante que houvesse uma percentagem de retorno presencial, dentro das condições de cada unidade.

Segundo o decreto da Prefeitura de Macaé, as aulas na rede pública de ensino, estão previstas para serem iniciadas no dia 28 de junho.

No grande expediente da Câmara Municipal, Márcia dos Santos declarou não há ainda, estrutura adequada em todas as escolas do município, porque ainda faltam ventiladores. Ainda de acordo com ela, não o número suficiente dos equipamentos. "As escolas da região central ainda não passaram pelas reformas que precisam passar. As escolas da região serrana, agora que estão passando por essas reformas de adequação, mas não estão finalizadas. Então, hoje, nós não temos condições de retorno presencial. A Secretaria de Educação está tentando dar suporte ao retorno, mas ainda não é o suporte total que é necessário para uma volta hoje. Mas há a tentativa e a boa vontade em fazer, mas ainda não há condições de ser feito. Então, por isso, atualmente, as escolas municipais não têm condições de retorno às aulas presenciais", explicou Márcia.

Também durante o grande expediente, o vereador Thales Coutinho (Pode), voltou a falar sobre o tema na sessão na última quarta-feira. Para ele, o retorno das aulas presenciais, neste momento, apresenta um enorme risco á população da cidade, e não apenas aos alunos e profissionais da educação. "Eu já venho falando sobre isso aqui no plenário. Porque o impacto do retorno às aulas presenciais é de a gente fazer circular, na cidade, cerca de 100 mil pessoas. Ai soma os alunos da rede pública, alunos da rede particular, profissionais, pais, avós, tios. São 100 mil pessoas a mais em circulação nos pontos de ônibus, nos ônibus, no transporte escolar, nas ruas. Essa é a nossa principal preocupação", explanou. Ainda segundo o vereador, a situação de 16 cidades do Estado do Rio Grande do Sul, que retornaram às aulas presenciais e estão recuando devido ao aumento do número de casos de contaminação da Covid-19. "Ai o atual governo permite o retorno das aulas, mesmo na bandeira vermelha, que significa o alto risco no grau de contaminação do coronavírus. Ter aula presencial com faixa vermelha, me desculpe, eu não seria favorável a isso não. No Rio Grande do Sul, agora, 16 cidades recuaram. Bagé, Vacaria, Caxias do Sul, retornaram às aulas, e aumento o número de infectado pelo vírus e suspenderam tudo de novo", alertou o vereador Thales.

Vacinação dos profissionais da educação

O vereador Guto Garcia (PDT), líder do governo na Câmara Municipal, afirmou que, após o final da vacinação das pessoas com comorbidades em Macaé, os profissionais da educação serão os próximos a receberem a imunização, mas seguindo o Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde. O vereador lembrou também quando os profissionais da educação iam ser vacinados, o Supremo Tribunal Federal (STF) deu um parecer, proibindo que o grupo fosse vacinado. "O Rio de Janeiro estava vacinando e teve que recuar. São Paulo também já estava vacinando, teve que recuar. Então, todas as cidades do país que já tinham começado a vacinar os professores, tiveram que recuar. E hoje (quarta-feira), conversando com o secretário adjunto de Saúde, o que ele falou? Que agora não tem mais nada. Após a comorbidade, pelo Plano Nacional de Imunização, são os profissionais da Educação, e ele espera que, no máximo, agora, no início de junho, os profissionais da Educação comecem a ser vacinados. Porque agora não tem STF, não tem mais ninguém. Porque está no PNI. O prefeito Welberth Rezende (Cidadania) queria fazer em paralelo, profissionais da Educação e comorbidades, 59 anos, 58, 57, 56, já que a partir de 60, todos já estão vacinados. Infelizmente não foi possível, mas felizmente a partir de agora, no máximo, início de junho, todos os profissionais da Educação vão começar a ser vacinados", afirmou o vereador governista.

O vereador Professor Michel (Patriota) e que também é professor da rede pública de ensino, falou sobre a situação das escolas públicas de Macaé. Ele defendeu o retorno das aulas presenciais apenas quando for seguro para os profissionais, alunos e familiares. "Eu realmente não acredito que até o dia 28 de junho, as unidades estejam adequadas para o retorno. Eu sou favorável ao retorno sim, mas ao retorno responsável, não um retorno inconsequente como se tem proposto. Um retorno que não leva em consideração a estrutura. As diretoras falaram aí que, em dois meses, as coisas podem estar ajustadas. Não creio que em dois meses as coisas possam estar ajustadas. Tivemos mais de um ano. Se em um ano, a gente não conseguiu dar conta de banheiro de escola, de pintura de escola, de internet para aluno, de uma impressora decente para entregar material para aluno, não acredito que em dois meses a gente consiga", desabafou Professor Michel. Assim como na terça-feira, também durante sessão na Câmara Municipal, o vereador Professor Michel lembrou da morte de mais um profissional da educação, que também era professora da rede pública de Macaé e que também faleceu vítima da Covid-19. "Há previsão da Fiocruz de que o Brasil poderá enfrentar a terceira onda da pandemia. No Estado do Paraná, que tem quase 700 pessoas esperando vagas de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), a situação já é de colapso. Não sabemos o que vai acontecer, caso venha a terceira onda da doença. E com esse número de pessoas circulando na rua, 42 mil alunos matriculados na rede pública municipal, mais sete mil profissionais, também da rede pública municipal de ensino, mais profissionais das escolas privadas, isso vai ser um caldeirão de novas variantes. Não sou eu quem está falando isso não. Qualquer aluno do ensino fundamental, de biologia, sabe que as mutações estão surgindo, estão ai em circulação. E a gente vai assumir esse protagonismo irresponsável de ceifar vidas? Eu não vou ver mais o meu amigo, que dividia turma comigo, que me ajudou na época do doutorado, acalmando meu coração, por conta de uma irresponsabilidade. E eu não vou ser irresponsável, não vou me calar. Eu vou me posicionar. Vão voltar? Vacina. Vão voltar? Com estrutura adequada em escola. O Paraná tem 800 pessoas na fila para UTI. "Ah, mas Macaé tem leitos disponíveis". Eu não quero ser responsável por colocar ninguém na fila da UTI", concluiu o vereador Professor Michel.

O vereador Paulo Paes (DEM) declarou, durante o grande expediente, que é possível que todos sejam vacinados e as escolas continuem sem estrutura.

Por fim, o vereador Amaro Luiz (PRTB) disse que há anos vem sendo criticado quando denuncia as péssimas condições das unidades. "Mesmo com todo esse tempo, as deficiências continuam", concluiu.

Prefeitura de Macaé esclarece que retorno das aulas obedece a critérios definidos em decreto

A Prefeitura de Macaé divulgou, na última terça-feira, dia 18, nota informando que os critérios estabelecidos para o retorno gradual das aulas, nas redes pública e privada de ensino, estão definidos no Decreto nº 119/2021, que altera a redação de artigos do decreto 046/2021, em vigência desde o último sábado, dia 14. Ainda segundo a prefeitura, as secretarias municipais de Educação e Infraestrutura definem o plano de manutenção e adequação da rede municipal de educação. Já a Coordenadoria de Vigilância Sanitária, realiza a fiscalização das unidades de ensino que retornaram às atividades nesta semana, com objetivo de cumprir os protocolos sanitários.

Ainda de acordo com a Prefeitura de Macaé, a vacinação contra a Covid-19 no município segue as etapas previstas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) e atende também a recomendação do Ministério Público Estadual (MPE), cumprindo atualmente a aplicação da primeira dose para o grupo de comorbidades, deficientes permanentes e profissionais de Apoio da Saúde.

Quanto à bandeira amarela, que significa risco médio no grau de contaminação da Covid-19 e em que Macaé permanece desde o último sábado, dia 14, a prefeitura também informou, por meio de nota, que os critérios para a mudança de bandeira, são a redução da taxa de ocupação dos leitos do Cento de Terapia Intensiva (CTI) para pacientes da Covid-19 e o índice de atendimento e registro de novos casos positivos para o Coronavírus.

Fonte: RJNEWSnoticias

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