O governo federal está manobrando para evitar a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará possíveis fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A estratégia principal é impedir a leitura do requerimento de criação da CPMI no plenário do Senado.
A justificativa oficial é que o esquema de fraudes no INSS não é recente e pode ter ocorrido também durante o governo Bolsonaro. A avaliação é que a abertura da comissão pode expor figuras de ambos os lados, gerando um desgaste político generalizado, algo que o governo Lula quer evitar a todo custo, especialmente com as recentes derrotas no congresso e popularidade em queda.
O governo aposta agora em Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão Diretora do Senado, para impedir a leitura do requerimento em plenário. Sem essa leitura, a CPMI não pode ser instalada, mesmo que tenha todas as assinaturas necessárias.
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Caso Alcolumbre realize a leitura, os partidos indicarão os membros da comissão, respeitando a proporcionalidade das bancadas. A partir da instalação, os parlamentares poderão convocar testemunhas, requisitar documentos e solicitar perícias técnicas. O governo tentará emplacar aliados para tentar abafar o caso, como de costume.
O governo espera que Alcolumbre atue para esvaziar a pressão da oposição e evitar a instalação de um colegiado com potencial destrutivo. A situação é vista como delicada, e o Planalto busca alternativas para conter o avanço da oposição, liderada por figuras como o combativo Eduardo Zucco.
Essa manobra do governo Lula demonstra o receio de que a CPMI revele informações comprometedoras e cause ainda mais turbulência política. Resta saber se Alcolumbre cederá à pressão do governo ou permitirá que a investigação siga seu curso.
*Reportagem produzida com auxílio de IA