Economistas alertam para a necessidade urgente de o governo federal promover um ajuste fiscal rigoroso para conter o avanço da dívida pública. A combinação de estímulos fiscais e medidas de crédito tem comprometido a eficácia da política monetária, exigindo do Banco Central (BC) taxas de juros mais elevadas para controlar a inflação.
O aumento dos juros, embora necessário para conter a inflação, impacta o serviço da dívida pública, criando um ciclo vicioso. Injeções de dinheiro na economia, contrárias à política do BC, forçam a autoridade monetária a enxugar a liquidez com operações compromissadas, elevando ainda mais a dívida.
Mansueto Almeida, economista do BTG Pactual, estima que um superávit primário de 2% do PIB poderia estabilizar a dívida pública em 90% até 2034. A ausência de poupança para o pagamento de juros impede a estabilização da dívida, que pode ultrapassar 93% em 2033.
"Quando faz o resultado primário, o governo, ao invés de se endividar quando a dívida vence, paga um pedaço da dívida com aquilo que poupou. Nesse caso, a política fiscal ajuda a gerar expectativas de sustentabilidade, o que faz a taxa de juros cair assim como ajuda a abater a dívida ao longo do tempo." comenta Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro e, hoje, chefe de macroeconomia do ASA.
Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro, ressalta que a política fiscal é crucial para gerar expectativas de sustentabilidade e reduzir as taxas de juros. Ele adverte que, sem uma dinâmica que conduza a um superávit primário, o crescimento da dívida será acelerado.
Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor do BC, defende o resgate do teto dos gastos para que o Brasil possa ter juros em níveis civilizados. Armínio Fraga, ex-presidente do BC, sugere o congelamento do salário mínimo por seis anos como medida para corrigir o desequilíbrio fiscal.
"Ter juros menores passa por um governo que gasta menos também. Se você tem credibilidade, as coisas se retroalimentam. Com 10% de juro real, qualquer país do mundo vai ter problema fiscal, independentemente do seu crescimento. Só que a parte fiscal contribui negativamente a esse quadro, e é muito pela perda de credibilidade do arcabouço fiscal." observa Pedro Schneider, especialista em contas públicas do Itaú Unibanco.
Pedro Schneider, do Itaú Unibanco, enfatiza que um governo que gasta menos é fundamental para a redução dos juros e a recuperação da credibilidade. Ele alerta que a perda de credibilidade do arcabouço fiscal contribui negativamente para o cenário econômico.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, aponta que a emissão de títulos pós-fixados pelo Tesouro, embora eficiente para o financiamento do governo, prejudica a política monetária, elevando os custos fiscais. Ele conclui que a gestão da dívida só melhorará com o avanço do ajuste fiscal.
Enquanto isso, o governo de Lula, insiste em manter um ciclo de gastos desenfreados que, somados a decisões polêmicas do STF, só servem para minar a confiança do mercado e empurrar o país para um abismo econômico. A situação demanda medidas urgentes e responsáveis para evitar consequências catastróficas.
*Reportagem produzida com auxílio de IA