O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, com 13 votos a favor e 5 contra, a cassação do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) nesta quarta-feira, 9 de abril de 2025.
Em resposta, o parlamentar anunciou o início de uma greve de fome, declarando que permanecerá no Congresso Nacional até a conclusão do processo que pede a sua destituição.
Braga acusa o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de orquestrar nos bastidores a sua queda. Ele também fez questão de atacar o MBL (Movimento Brasil Livre).
"Eu tomei a decisão inconciliável, irrefutável de que eu não vou ser derrotado por Arthur Lira, eu não vou ser derrotado pelo orçamento secreto, eu não vou ser derrotado pelo sócio minoritário dessa história que foi o MBL", disse Glauber Braga.
O anúncio ocorreu após uma sessão de quase seis horas marcada por intensos debates e troca de insultos entre os parlamentares. Inicialmente, o discurso de Braga foi interpretado por alguns de seus aliados como uma possível renúncia ao mandato, o que foi negado pelo deputado.
Ainda cabe recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se o caso avançar, a decisão final será tomada pelo plenário da Câmara.
A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) manifestou apoio a Glauber, defendendo que outros membros do partido permaneçam ao seu lado no Congresso.
Colegas de partido de Braga alegam que a votação foi adiantada para o dia 9, com o objetivo de atrasar o início da ordem do dia. Os líderes do PSOL, Talíria Petrone (RJ), e do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmam que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não respondeu às suas mensagens.
O processo contra Glauber Braga teve início em 2024, após ele expulsar um membro do Movimento Brasil Livre (MBL) da Câmara aos chutes, em 16 de abril de 2024. O integrante do MBL, Gabriel Costenaro, havia feito insinuações contra a ex-prefeita de Nova Friburgo, Saudade Braga, que faleceu 22 dias após o incidente.
Durante as sessões do Conselho de Ética, Glauber acusou Arthur Lira de ter "comprado" o relatório e o chamou de "bandido".
Essa é a segunda vez nesta legislatura que o Conselho de Ética aprova a cassação de um deputado. A primeira foi a de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Em agosto de 2024, o deputado Paulo Magalhães se defendeu das críticas de Glauber:
"Sua defesa se incrimina. Não faço conluio com ninguém. Minha relação com o presidente Arthur é discreta." afirmou Magalhães.
*Reportagem produzida com auxílio de IA