Na próxima terça-feira, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) se reunirĂĄ para deliberar sobre a aceitação da denĂșncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete indivĂduos, todos acusados de envolvimento em uma alegada trama golpista ocorrida em 2022. A denĂșncia, originalmente apresentada pela PolĂcia Federal em novembro, aguarda julgamento inicial hĂĄ quatro meses.
Caso a denĂșncia seja aceita, os acusados serão formalmente considerados rĂ©us, e o processo avançarĂĄ para a fase de instrução. Nesta etapa, serão coletadas evidĂȘncias, depoimentos e interrogatórios com o objetivo de verificar a veracidade das acusações.
O histórico do STF revela que processos com nuances polĂticas podem se estender por anos. O caso do Mensalão, escândalo de corrupção ocorrido durante o primeiro governo de Lula, Ă© um exemplo marcante. As investigações tiveram inĂcio em 2005, e a denĂșncia foi formalizada em março de 2006.
Apenas em agosto de 2007, o STF aceitou a denĂșncia, convertendo-a em ação penal. O desfecho do processo resultou na condenação de 25 pessoas em 2012, após cinco anos de tramitação.
Outro caso notório Ă© o de Paulo Maluf (PP-SP), ex-prefeito de São Paulo, condenado em 2017 por lavagem de dinheiro. A ação penal que culminou em sua condenação foi iniciada quase seis anos antes, em 2010.
Em outro caso, o ex-deputado Natan Donadon (PMDB-RO) foi condenado pelo STF em 2010 por desvio de recursos pĂșblicos da Assembleia Legislativa de Rondônia. A denĂșncia foi recebida em 2010, mas teve origem em 2002. Donadon foi o primeiro deputado em exercĂcio a ser preso pela Corte desde a redemocratização.
Se os ministros rejeitarem a denĂșncia contra Bolsonaro, o caso serĂĄ arquivado. Caso contrĂĄrio, o processo seguirĂĄ seu curso, passando pela fase de instrução e podendo levar anos atĂ© uma decisão final.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA