Líder no Brasil em perfuração offshore, a Foresea apresentou, nesta segunda-feira (23/9), na ROG.e, um dos maiores eventos do setor de Óleo e Gás na América Latina, um método inovador para detecção de obstruções em tubos de perfuração. Baseada no uso de ondas ultrassônicas associadas a um algoritmo desenvolvido especificamente para o projeto, a solução promete trazer maior precisão, segurança e eficiência a um procedimento considerado crucial na perfuração offshore: a gabaritagem de drill pipe (tubo de perfuração).
As eventuais obstruções – por detritos sólidos, como cascalhos, ou acúmulos de fluidos de perfuração, como lama, cimento e detritos sedimentares – podem acarretar corrosões e danos estruturais ou entupimento de ferramentas e jatos de brocas, o que prejudica o desempenho e pode até provocar falhas operacionais graves e acidentes. Para evitar esses transtornos, atualmente é feita a inspeção por meio de um gabarito físico que, introduzido nas seções tubulares, testa qualquer restrição de passagem. Hoje, esse procedimento é feito nas plataformas com a necessidade de lançamento manual do gabarito em altura na torre, trazendo riscos e atrasos operacionais não desejados.
Por sua importância na garantia da segurança das operações de perfuração, a gabaritagem está no foco de pesquisadores interessados em aprimorar o processo.
Em parceria com a startup Offshore SPOT de Itajubá (MG), a Foresea analisou diversas tecnologias que podem ser usadas para inspeção dos drill pipes – radiografia, endoscopia, entre outras. "A tecnologia por ultrassom foi a que apresentou mais benefícios – é economicamente viável, sua aplicação não é complexa, além de proporcionar precisão, portabilidade e eficiência em seus resultados", explica o gerente executivo de Inovação da Foresea, Cristiano Xavier.
Como a tecnologia funciona
Batizado de ODS (Obstruction Detection System), o método de gabaritagem de colunas por meio de ondas ultrassônicas permite não só identificar se a tubulação está obstruída, como detectar a posição e a porcentagem dos bloqueios. São utilizadas ondas ultrassônicas longitudinais, transversais e de torção, que se complementam. Ao atingir a obstrução, a onda ultrassônica produz um eco, que ajuda a identificar sua posição. A partir daí, a onda segue longitudinalmente no tubo, na mesma direção, mas já atenuada. O grau de atenuação poderá indicar também o tipo de material que está obstruindo a tubulação. Já a onda de torção tangencia a parede do tubo, ajudando na detecção de obstruções parciais.
Novos ensaios laboratoriais continuam sendo feitos para aprimoramento da solução ODS, sobretudo no que se refere à interpretação das ondas geradas. Depois, serão feitos testes em campo para validar a solução em condições reais de operação offshore.
"Uma vez implementada, a solução do ODS poderá contribuir para todo o setor, trazendo maior precisão, confiabilidade e segurança à gabaritagem. Este é um projeto pioneiro quanto à detecção de obstruções em tubulares (drill pipes) e pode servir futuramente para outras aplicações em diversos tipos de embarcações – navios-sonda, FPSOs, PLSVs. Estamos certos de que esta é uma grande contribuição que a Foresea dá ao segmento offshore", destaca o gerente de Inovação e coordenador do projeto Alessandro Pasini.
Fonte: CDN Comunicações