Laboratório da Uenf aponta toxina em água do rio Paraíba e revela preocupação

Por RJNEWS em 27/07/2024 às 08:51:35
Relatório foi encaminhado ao Ministério Público; concessionário garante que água pode ser consumida

Relatório foi encaminhado ao Ministério Público; concessionário garante que água pode ser consumida

Análise realizada pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) aponta duas cianobactérias na água do Rio Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes (RJ). O relatório chama atenção para os efeitos regulatórios e toxicológicos dessa toxina em animais e humanos; mas, em nota expedida na noite desta sexta-feira, a concessionária Águas do Paraíba garante que a água fornecida por ela está própria para consumo, e não apresenta nenhum risco à saúde.

De acordo com o relatório da Uenf (encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro – MPRJ), a primeira cianobactéria encontrada é uma geosmina, responsável pelo gosto e odor de mofo e terra da água do rio, características refletidas na potável, fornecida pela concessionária.

Quanto à segunda substância, o estudo revela que desperta mais cuidados, pelo fato de poder produzir potencialmente uma toxina chamada de saxitoxina, cujos efeitos, segundo a análise, são preocupantes. Integralmente, a análise diz que "há realmente um crescimento elevado da comunidade fitoplanctônica devido a baixa vazão e poucas partículas inorgânicas em suspensão e que "estas condições oferecem o meio necessário para crescimento destes organismos microscópicos".

Sobre a geosmina, o laboratório assinala que o tratamento convencional não é suficiente para remover o gosto e odor de mofo (semelhante a "pó de broca") e terra que ele confere à água potável. Já a preocupação em relação à saxitoxina, a análise observa que não significa que esteja sendo produzida em níveis que possam estar acima do previsto pela legislação.

Embora seja esclarecedora, a análise da Uenf deixa acumulada a preocupação, quando o laboratório propõe que as amostras sejam encaminhas à Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj) para análise de potável, por considerar que o tratamento convencional não é suficiente para remover o odor e gosto fora dos padrões normais.

MANTÉM POSIÇÃO - Na avaliação de Águas do Paraíba, o relatório emitido pela Uenf confirma a presença de espécies já identificadas pela concessionária e divulgada em comunicado oficial emitido nessa quinta-feira (25). A empresa reafirma que "a água tratada distribuída à população está em conformidade com os parâmetros da legislação, própria para consumo, e não apresenta nenhum risco à saúde".

No novo comunicado, a concessionária enfatiza: "Sobre a possibilidade da existência da saxitoxina, a Uenf foi clara em afirmar que não possui em suas instalações capacidade de realizar tais análises laboratoriais e solicitou que disponibilizassemos os laudos. Ainda no dia 25 de julho, enviamos à Uenf, ao Inea e à prefeitura laudos que traziam de forma explícita a ausência da saxitoxina".

Concluindo, Águas do Paraíba repete que, "em cumprimento à portaria GM/MS Nº 888, vem monitorando o rio Paraíba do Sul preventivamente a respeito das espécies citadas, bem como os seus derivados metabólitos". A reportagem encaminhou demanda à coordenadoria de comunicação do Ministério Público para saber qual a posição a respeito do episódio e a resposta foi: "Iremos verificar. Aguarde o nosso retorno".

Fonte: O Dia

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