O primeiro plano de investimentos da Petrobras sob a gestão de Magda Chambriard amplia o investimento em produção e refino de petróleo e reduz o apetite por energias renováveis. Enfim, segue a máxima de que "toda gota de petróleo conta", já adiantada pela direção da estatal, lembra Nicola Pamplona na Folha.
O Plano de Negócios 2025-2029 da petroleira prevê investimentos de US$ 111 bilhões no quinquênio, ante US$ 102 bilhões da versão anterior. Desse total, a meta é aplicar US$ 77 bilhões no segmento de exploração e produção (E&P) de combustíveis fósseis, sendo US$ 7,9 bilhões somente para exploração – o que inclui, claro, a foz do Amazonas.
Já na área de renováveis, a proposta inicial prevê a manutenção do orçamento de US$ 11 bilhões para projetos de baixo carbono. No entanto, o foco será na descarbonização das atividades da companhia. A percepção é que o investimento em geração de energia solar ou eólica já não é tão atrativo (Infoclima.org).
Como se pode ver e crer, o aumento dos investimentos da Petrobras em combustíveis fósseis, mesmo mantendo cifras para iniciativas de baixo carbono, reflete um desafio global para a transição energética, especialmente em contextos como o de Macaé, RJ. A cidade, sendo um núcleo estratégico da produção de petróleo e gás natural, está no centro da contradição entre a dependência econômica dos combustíveis fósseis e as demandas urgentes por uma economia mais sustentável.
Enquanto o setor de petróleo é essencial para a economia local e nacional, a ampliação dos investimentos na exploração onshore e offshore deve vir acompanhada de políticas claras que incentivem a diversificação econômica. Isso inclui maior aproveitamento do mercado de créditos de carbono, estímulo à produção de energia renovável (como a eólica offshore) e fortalecimento de tecnologias que mitiguem emissões, especialmente considerando as termelétricas locais.
Assim, é fundamental que a Petrobras e o poder público utilizem os recursos gerados pelos combustíveis fósseis para fomentar a transição energética de forma responsável. Para Macaé, isso implica alinhar suas estratégias de desenvolvimento ao contexto global de descarbonização, buscando não apenas proteger a economia local, mas também contribuir para as metas climáticas globais.
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